segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dervixes (Shokry Mohamed)

Dervixes

Creio em ti e em seus giros
Creio em todo o universo que te rodeia
Creio em tudo que sabe do universo
Creio em cada círculo que gira

Me enfeitiça sua música encantada
E seus ritmos tranquilos e agitados
Creio em tudo o que te rodeia e o que você rodeia

Gira desenhando círculos
sobre cada círculo, coloca um desejo,
uma esperança, um conselho e uma história

Gira e giramos contigo, deixando escapar estrelas de ti
Gira ao redor da luz, do amado e do amor
Gira a redor do panteão do nosso santo
Gira, Gira, Gira

Gira dentro dos corações
Gira como o sangue circula pelas veias
Gira ao redor da vida e da morte
Gira na terra e no céu
Gira e cada tempo e em cada momento
Gira sobre o planalto da Anatólia
Gira ao redor do Tibet e do Amazonas
Sobre as montanhas do atlas e ao longo do Nilo,
à beira do Mar Morto e do Mar Egeu
Gira sobre os templos da Índia e suas mesquitas
Gira na profundida do universo,
Gira entre os povos e aldeias, entre a multidão, sem fome, sem guerras,
envolvendo coração, inocência e ternura
Gira pela irmandade,
pela união do espírito
pela beleza do espírito
por eles e por mim,
Gira por mim
Gira, Gira, Gira

Gira antes do amanhecer de depois
Gira pela manhã  e pela noite
Gira em todos os tempos
Gira no verão e no inverno
Sob a chuva e o trovão
Sob o sol e sobre a neve
entre o verde das árvores
Gira na primavera e no outono
Gira em cada tempo e cada momento
Gira ó maior de todos os homens
Gira e eu giro contigo.

Vejo o sol girando
A terra gira sob seus pés
A Lua em companhia das estrelas gira
Tudo que te rodeia gira
E você gira sobre terra sólida
desenhando linhas invisíveis
som cor, sem forma e sem deixar buracos
círculos enormes e sem fim
Gira, Gira, Gira

Gira ó maior de todos os homens
e eu girarei contigo
E em sua companhia
Gira, Gira, Gira.




Shokry Mohamed
em La Bailarina Del Templo

Círculo Ametrino - por Saphyra

Círculo Precioso Ametrino - escrito por Saphyra

Mais um Círculo, o novo e o antigo se encontram, um novo Círculo revisita Círculos que já foram vivenciados, um novo espaço, novos personagens que escrevem uma outra história, outras impressões e sempre cada momento é um momento e cada Círculo único!

Somos em 5 (Luiza, Silvana, Cássia, Liza e eu, Saphyra), o novo espaço é preparado para receber pela primeira vez nosso Círculo de Mulheres que Dançam, a energia circular que já está implantada no espaço antigo, hoje chega neste novo local e seguiremos nesta energia fluida de troca que seguiremos nesta roda.
O altar traz o Encontro dos Círculos Ametisa e Citrino já realizados. No centro, a imagem de Ganesha, a mesma do Círculo Citrino, aquele que abre os caminhos, aparece novamente neste Círculo, o primeiro realizado neste espaço para abrir uma nova etapa dos nossos Círculos a troca entre espaços. E também estão neste altar, as ametistas, para nos lembrar que a pedra que abriu nosso ciclo foi o Círculo Ametista, e as ametistas foram e são o símbolo de união entre mulheres que fazem ou já fizeram parte desta roda, o nosso "elo de conexão" que nos uniu e nos fortaleceu enquanto Círculo, hoje restam poucas ametistas e lá estão elas, no altar, a espera novas mulheres que farão parte deste movimento. Hoje, a Liza, recebe a sua.

O Círculo que segue num movimento cíclico, que assim como a roda caminha, gira, transforma, e se mantém aberto à possíveis mudanças, adaptações e principalmente transformações. Nos encontramos em busca de algo transformador, somos a própria mudança, fazemos parte de um Círculo de Mulheres que Dança, e assim como a dança seguimos o fluxo do movimento e deixemo-nos transformar... Nossos Círculos caminham para o encerramento de um ciclo, em breve o 21° Círculo Precioso encerrará o ciclo das pedras preciosas, que nos moveram, motivaram, inspiraram... mas hoje tem se esvaziado, perdido o sentido, pois algo mudou e se mudou vamos lembrar da flexibilidade do bambú (o nosso bastão de fala) e seguiremos no fluxo do novo, que ainda vai chegar.

Revisitando os Círculos anteriores (ametista e ametrino) resgate-se a questão: " Que sentido tem a dança para cada um de nós?".
Em primeiro lugar: a lembrança. Aquela que um dia questionou, há tempos não visita mais este Círculo, não visita a dança neste espaço, será que continua dançando? Será que a dança já não lhe faz mais sentido? E mais uma vez, reflito: de fato estamos em eterna transformação, vivemos em movimento e cada um tem seu tempo, seu momento, e o quanto a dança faz parte da vida de cada um, é muito individual.
As respostas de hoje são outras, outras mulheres, outras histórias, outros propósitos, outro tempo:
A possibilidade de viver vários personagens e levar isso para sua vida, retornar a si mesma, alegria!!!
Se um dia e disse: vida! Hoje eu digo: transformação! A vida sempre no movimento de transformação.

No Círculo Citrino o altar foi composto por peças utilizadas na última apresentação (véu, flores, etc) e hoje o altar é composto por elementos trazidos por cada uma das participantes, elementos que sejam importantes para cada uma e falem de sua dança:o xale, o pandeiro, a tornozeleira de guizos, o sapato de flamenco, as castanholas, uma saia, um véu. O que cada um destes elementos falam sobre cada uma de nós?
O xale emprestado traz a memória da primeira apresentação com outro xale emprestado, mas que faz reviver cada momento daquele dia. O pandeiro, colorido, é símbolo daquele momento em que o sentir-se estrela vem a favor do nosso trabalho, vem na medida certa, suficiente para trazer alegria àquela que deseja simplesmente sentir e transmitir alegria. A imaginação voa e chega a uma momento em que se vê dançando na praça com o pandeiro, seus olhos brilham e nos faz viajar junto em sua fantasia. A tornozeleira de guizos fala muito mais do que um estilo de dança, aparece muito além do que um simples acessório ou peça de vestuário, fala de individualidades, desejos e vontades, encontros e desencontros que a dança traz, descobertas e caminhos escolhidos. Os sapatos, as castanholas - o tempo - o momento de cada um, queremos mais do que dominar movimentos, queremos tocar o outro! Para tocar o outro, precisamos ser tocadas, a música precisa tocar minha alma. Que música te move? Como te move?
A saia, os véus, uma história, um momento, uma nova fase, as novas fases, e de novo a transformação.
Algo que me move, o movimento, o Círculo, a roda, que gira, gira, gira, gira para transformar, e então os Dervixes.


Finalizamos nosso Círculo transformador com um poema, assim como o Círculo Ametista foi encerrado, hoje encerramos com a imagem dos Dervixes que giram, giram, gira... se esvaziam de si e transformam (-se). Leia: Dervixes de Shokry Mohamed

Círculo Precioso Ametrino
Dia 28/07/2015 em Saphyra Espaço de Dança - Unidade Tatuapé
escrito por Saphyra