sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Círculo Precioso Rubi por Carmem Toledo


Círculo Precioso Rubi - Por Carmem Toledo


Preciosas mulheres chegam e, uma a uma, acomodam-se em torno do altar que, desta vez, foi criado pela Preciosa Élen.

Além da responsável pelo centro de nossa reunião, éramos as Preciosas Saphyra Cristiane, Krystal, Roseane, Valquíria, Elisabete, Lunnah, Luciana, Vera e Carmem.

A Deusa da Felicidade recebeu a todas com o sorriso próprio dos deuses: um gesto que, apesar de não consumado, comunica o necessário para a transmissão de seu dom. Ela estava lá, calada, mas dizendo tudo... Parecia dizer: "Eu estou em vocês. Eu sou vocês. Vocês, juntas, são minhas entranhas."

Ela estava cercada por elementos que remetiam à nossa dança: um pandeiro, castanholas, uma linda rosa... 
Mas não havia só isso: Preciosa Élen também presenteou o Círculo com a força da Deusa Tríplice, que contempla as três fases da mulher: a moça pura, a mãe protetora e a sábia idosa. O quartzo rosa afirmava o amor incondicional e a amizade que pairavam no ar. O baralho espalhado ao redor evocava a transformação a ser realizada por cada uma de nós.

Como havia dançarinas que participavam pela primeira vez do Círculo, ametistas foram distribuídas - como ocorrera no Círculo Precioso Ágata - e Preciosa Krystal explicou o significado dessa pedra, que representa a transmutação, a busca da identidade. Sua força traz discernimento e simboliza o elo entre todas as integrantes do grupo.

aAcaixinha das Ametistas
O Grande Círculo se abria...
Uma imensa corrente invisível unia cada mulher e já não pertencíamos à prisão Espaço-Tempo!
Ninguém podia nos ver, tampouco nos ouvir... Somente nós e os Deuses da Dança!

Preciosa Lunnah tomou a palavra e falou sobre suas dificuldades para criar danças coreografadas. Contou que, na Festa de Encerramento, a coreografia havia sido, finalmente, sua parceira e concluiu que, na verdade, esse havia sido seu Demônio, que veio a se tornar um Deus. 
Por fim, iniciou o tema que conduziu nossas reflexões do dia, com a questão:


"Qual foi o Deus ou o Demônio que vocês enfrentaram no dia da apresentação?"

Nesse momento, muitas foram tocadas pelas bênçãos da Vida. 
Lágrimas correram, tal cachoeiras de água cristalina que tudo arrastam com sua força, mas que, ao passarem, deixam suaves gotas que, tímidas e pequeninas, alimentam a terra que há de se tornar fértil novamente. A água em abundância arrancou muitas flores... inevitável. Mas, com elas, foram-se também as ervas daninhas que as matariam, cedo ou tarde. Agora, restam as sementes que estavam protegidas embaixo da terra. Elas hão de crescer e serão flores ainda mais belas e mais fortes que aquelas que foram arrancadas.
Rosto e alma lavados, aquela que chorava parecia ainda maior. Mais mulher. Mais humana. Mais ela. Mais nós.

Enxugamo-nos do banho necessário e revitalizante e, prontas para prosseguirmos nosso ritual, orientadas por Preciosa Élen, escolhemos cartas do baralho que nos aguardava, observando tudo, calado como a Deusa da Felicidade.
Cada qual leu a mensagem que a fortuna lhe reservara... Verdades que estavam em cada uma de nós... Sim. Nós já sabíamos... Mas é impressionante como precisamos sempre que nos ensinem antigas lições...

Preciosa Saphyra escolheu uma carta ao acaso...
Ah! Acaso travesso, que, como quem não quer nada, sempre surge no momento certo...
Tu dizes verdades mirando-nos os olhos!
Eis que tu nos trazes um recado peculiar: Ação e Reação - irmãs xipófagas que em tudo se intrometem - nos chamam à reciclagem!
Isso quer dizer que é tempo de separarmos o bem do mal, o cândido do corrompido, o são do ferido, porém sem renunciar jamais à nossa identidade, afinal, sem ela, não existimos! O bom agricultor não descarta sua terra por causa do joio: ele simplesmente o separa do trigo. Reciclar é ressaltar o que há de bom e corrigir o que há de mau. Compreendemos a mensagem e ouvimos Preciosa Saphyra encerrá-la com a frase principal:
"Crio um mundo melhor: o mundo a que desejo pertencer."
Que assim seja!

Depois desse momento de aprendizado, Preciosa Lunnah nos ensinou uma singela dança circular.

Tomadas por uma magia indefinível e indescritível, todas nos vimos na ciranda de uma certa bailarina que nos lembrava, a cada segundo, que todas estamos na mesma condição... A condição humana. 




Mas, queres saber, bailarina?
Ainda bem que temos uma casca de ferida, pois ela nos faz ter mais cuidado para que não firamos duas vezes o mesmo lugar...
Ainda bem que, ao acordarmos às seis da matina, temos remela, pois ela está lá porque nós dormimos e sonhamos...
Medo de subir, medo de cair e medo de vertigem nos protegem contra o perigo... 
E o bom de termos tudo isso que tu não tens, nobre bailarina, é que podemos, em nossa loucura de seres imperfeitos que somos, ser bailarinas como tu, quando quisermos!

Preciosa Carmem Toledo

Data do Círculo: 16/12/12