quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Círculo Azurita por Jane Alves


Círculo Azurita por Jane Alves (adaptado por Saphyra)

Participaram deste encontro: Verinha, Lunnah, Gill, Thais, Jane, Silvana, Márcia, Luiza, Saphyra e pela primeira vez Cassia.

São Paulo, 07 de dezembro de 2014.

Círculo Azurita

Deparo-me com um círculo de mulheres que se encontram durante dois anos para fazerem círculos preciosos.
Observo um altar que se encontra no centro da sala de aula de dança, composto por um manto azul, uma gaiola de cobre com a porta aberta e dentro dela havia um pássaro, do lado de fora uma flor rosa, presa a uma haste. Também havia uma corrente dourada  ao redor da gaiola e uma caixa laranja.

Nas mãos da Saphyra há um bastão e ela explica o procedimento do encontro a quem nunca participou.
A própria Saphyra montou o altar, o qual era simples e extremamente simbólico, ela demonstra que a simplicidade é bem vinda.
A pedra em tese do domingo é a azurita e por esse motivo a cor azul Royal é o destaque do dia. Esta pedra está ligada ao nosso chacra frontal ligado à abertura do terceiro olho, intuição, decisões, escolhas…
A gaiola representa a liberdade ou a falta da mesma, a escolha em ficar dentro ou fora da gaiola. As correntes podem representar o aprisionamento.

O encontro teve como fundamento teórico o filósofo Jean Paul Sartre: “A liberdade é condição de vida do ser humano, o princípio do homem livre. É livre para fazer o que tiver  vontade. O homem está condenado a ser livre, condenado porque não criou a si próprio, e livre porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo que fizer.”

E por que liberdade? Somos 10%  livres.
Até que ponto somos livres para dançar?
Colocação das alunas que estavam presentes no encontro:

-  “ A corrente me mostra uma sensação de culpa, lembrando a carta do baralho cigano, o chicote.”
-“ Cada elo da corrente seria uma junção para fazermos algo unidas, a corrente junto à liberdade significa união.”
-“Ter uma gaiola com a porta aberta é ter liberdade e não saber fazer uso, o que há dentro da gaiola é conveniente, então por que sair? O que pode ter acontecido para a pessoa se colocar nesta situação, pois temos que prestar atenção e sempre ‘olhar e vigiar’.”
- “Liberdade requer coragem.”
- “A dança auxilia a nos descobrirmos e dança faz isso.”
-  “Coragem: Nos colocamos em prisões e somos coniventes e não enxergamos nosso coração.”
-.“Somos responsáveis com nossas escolhas e arcamos com as consequências. Nós escolhemos estar aqui hoje. Momento de escolha. “vou ou não vou?” Nunca devemos coloca a culpa em alguém. Temos que assumir e abrir mão de muitas coisas. O ‘falar’ também é uma escolha. Não nascemos prontos, nos construímos. Somos o que escolhemos, a soma de todas as escolhas.”

Sartre é ateu, então fica claro que estamos no comando de tudo. Vamos construindo nossa essência na existência, na história pessoal. Construímos tudo, até nossos valores.

As conclusões do grupo:
- “ Somos consequência de nossas escolhas.”
- “Nossa vida é uma escolha, somos livres, todas nossas escolhas são conscientes.”
-“Dentro da gaiola é uma zona de conforto, porque fora dela temos que enfrentar rivalidade, quando percebemos que não estamos bem, voltamos para a zona de conforto.”
-“Somos limitados pela ética.”
- “É complicado a relação com o outro, porque podemos interferir na felicidade da outra pessoa. É muito bom ter um pássaro preso na gaiola, mas para o pássaro não é bom se sentir preso.”
- “Até que ponto temos a liberdade sem prejudicar o outro? A realização implica na infelicidade do outro.”
- “em um relacionamento não dá para termos toda a liberdade. Às vezes, abrimos mão, é importante que não magoemos os outros. A liberdade mora dentro de nós.”
Obs.: De acordo com Sartre, a pessoa tem a escolha de agir como quiser.
- “ Sempre jogamos a culpa nos outros, ninguém precisa entendê-lo. Não querer magoar o outro é porque é necessário ser aceita e amada. Precisamos o tempo todo ser aceitos e também…. Do amor da outra pessoa, o que implica na nossa falta de auto estima e do amor.
- “Dane-se o que vão pensar sobre mim, se alguém me julgar louca, deixe falar, cedemos muito aos outros e depois nem sabemos de onde vem a depressão  para agradar o próximo. Ainda há ferramentas para redescobrir nossas necessidades, nos compreender e atuarmos sem pensar no quanto o outro for julgar. Devemos continuar aprendendo, mostrar-nos abertos ao mundo.
- “Na dança, o que a pessoa absorver é a escolha dela, só absorve o que tem valor para si.”
- “Escolhemos até o que queremos ouvir.”

LIBERDADE NA DANÇA:  Por quê? Qual a sua escolha?

LUNNA FALA SOBRE O ANO DE 2015: Será o ano de Marte (vermelho). No amor, será complicado, será preciso ter jogo de cintura para não estressar. Um ano para não confiar nas pessoas, é preciso escolher, ver se vale a pena, ser combativo na direção correta. Muito importante ficar atento em quem realmente é  nosso companheiro. Ano guerreiro, trará muita vitalidade, mas na direção certa. Marte quer que sejamos vitoriosos.

MOMENTO DE MEDITAÇÃO:  comandado pela Saphyra, para tomada de decisão.
No círculo precioso, as coisas acontecem de uma forma bem aberta. Não há um horário para acontecer, é flexível na escolha. Não há um roteiro para ser trabalhado. Não há um ponto a chegar, por isso não é linear.

DINÂMICA FEITA PELA LUNNA: As deusas guerreiras.
Lunna entregou um papel com uma fita, cada pessoa recebeu um referente a uma deusa. Cada integrante do círculo dançou para sua deusa, momento único e precioso.
 


E finalizando…. Esteve participando do círculo quem realmente deveria estar… 

Escrito por Jane Alves
Adaptado por Saphyra
Círculo: Dezembro 2014